sexta-feira, 19/abril/2024
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Os dois extremos da existência

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Durante a nossa existência, desfrutamos  de diferentes experiências   sempre entre os dois extremos da existência, ora de intensos  questionamentos e descobertas,  ora de significativa maturidade e calmaria, em consonância com a fase  em que vivenciamos.

Quando jovens, pensamos em aproveitar a vida ao máximo, sorvendo cada  minuto como se fosse o último. Ao passo que na  fase madura quase sempre nos assusta, e com o adiantado  do tempo decorrido e enfrentamos dificuldades para entender e assimilar  o final de ciclo que paulatinamente  se aproxima.                

Quando as pessoas  envelhecem,  se tornam introspectivas e se voltam  para o passado, tentando de alguma forma reativar e usufruir toda beleza e alegria  “experenciada” no tempo passado, buscando desenvolver  recursos internos para enfrentar  o futuro,   que  traz  em si  a incerteza e a verdade existencial que limita e delimita as novas etapas futuras.                  

Os idosos  geralmente  projetam o futuro bem como suas realizações  na perspectiva familiar  que o cercam: na pessoa  dos filhos, netos, bisnetos, buscando identificar e alcançar seus objetivos, realizações e satisfações  nos  projetos de  vida  traçados  pelos entes familiares próximos.                  

Por outro lado, para os jovens a morte é um tema remoto e muito distante, e está mais preocupado em viver seu momento intensivo de vida. A existência  para eles é  infinita  e traz latente em seu bojo a alegria e a vitalidade existencial, própria  desta fase, rica em determinação, coragem e intensa  em expectativa de realizações.                  
Para os idosos, a  sensação é que a caminhada pode ser interrompida  a qualquer tempo em função  do extenso percurso decorrido. Assim,  frente ao tempo limitado que se apresenta, passam a olhar   em  direção à  janela do passado, revendo  fatos importantes  e se alimentando de experiências  que  geralmente  os motivam e conferem  mais sentido ao seu  caminhar. Quase sempre vivem de retrospectivas, fixos às  experiências que deram mais sentido a sua vida, tentando dessa forma driblar  os desafios impostos  pela idade e  que se ampliam  dia após  dia.
               
Apesar da  morte constituir um fato natural, certo, inevitável, comum e indistinto a todos, ninguém  se prepara para recebê-la.  O medo  do desconhecido e da derradeira  viagem desencadeia as  sensações   de inseguranças  e apegos que prejudicam a caminhada espiritual das pessoas.
           
Apesar dos   “reencarnacionistas” defenderem a tese que a vida não acaba com a morte, e que esta é  a libertação  do corpo material e que a vida prossegue, comumente  se observa,  que na realidade ninguém esta preparado para dar esse passo, de retorno definitivo  à   pátria  espiritual.
        
Wilson Carlos Fuá é economista, especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais Políticas em Mato Groso             [email protected]
        

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