quinta-feira, 25/abril/2024
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Não sei perder

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Foi difícil, mas admito: – não sei perder!

A vida é feita de perdas e ganhos, e se analisarmos a fundo, ganhamos mais que perdemos. Então, porque a alegria dura menos que a dor da perda? Sofrer era para ser algo natural, ou pelo menos ser aceito com mais resignação. Mas o que sei hoje mais do que ninguém, é que os momentos de grandes tristezas ás vezes marcam mais as nossas vidas que os de felicidade. Não era para ser assim, se perdemos ou ganhamos a intensidade dos sentimentos obrigatoriamente teriam que ser os mesmos, mas não os são. Eu trocaria mil momentos de felicidades que tive para não sofrer o tanto que estou sofrendo hoje. Não estou falando de perda material, mas de um ente querido, meu pai….. Aquele homem forte, seguro, justo e firme nas atitudes, que achei não sei porquê, viveria para sempre! E que apesar de hoje ser mãe, seria a sua filhinha para sempre e poderia correr para os seus braços fortes e protetores toda vez que me faltasse o chão, como o fiz tantas vezes.
Não sei perder!!!
A imagem do meu pai no leito de morte me aterrorizou. Ele ali inerte, frágil, sem vida me deixou sem respostas, e com um vazio no peito tão grande e ao mesmo tempo tão cheio que parecia que ia explodir, compreendi que isso simplesmente se chama dor, não tem explicação. Revoltei-me, gritei e chorei, chorei muito e confesso que em alguns momentos em que estou sozinha ainda choro, me sentindo impotente, e com a sensação que poderia ter feito mais. Do lado de seu caixão, não sei por que lhe pedi perdão; não que não tenha sido uma boa filha, mas pelo meu egoísmo por querê-lo do meu lado, ainda que isso lhe trouxesse muita dor por causa de seu estado de saúde, ou talvez a palavra certa seja amor!
Mas de certa forma sei que ele me entende, porque também teve culpa por ter sido um pai maravilhoso, presente, sem defeitos e por ter me feito amá-lo tanto. Espero que esse meu desabafo ajude alguém a abraçar seus pais e dizer-lhes que os ama, porque o que fica depois da partida, são as lembranças e a saudade, e é melhor que sejam boas lembranças como as minhas, porque sendo assim está muito difícil, … imaginem do contrario.

Marli Antunes Pimentel Ibanez
Filha de José Sidney Alves Pimentel (in memorian) e Maria José Antunes Pimentel

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