quinta-feira, 28/março/2024
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De escala

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Deus reservou para Si um Dia Especial da Criança. Nas asas de anjos os pequenos Renan Nicolas dos Santos Silva, Luiz David Carlos Rodrigues, Juan Pablo Cruz dos Santos, Cecília Davina Gonçalves Dias, Ana Clara Ferreira Silva e Juan Miguel Soares Silva saíram de sua creche nas asas de anjos e subiram ao céu. Pequeninos, precisavam de companhia e a tia Heley de Abreu Silva Batista os acompanhou.

Subiram, subiram até Deus. Tia Heley pediu ao Pai que amenizasse a dor das outras crianças, também pequenas, que estiveram a um passo da mesma viagem ao céu partindo da Janaúba castigada pela seca, mas berço de felicidade, onde vive minha sobrinha-neta Lara com idade um pouco acima das crianças convidadas por Deus.

O ciclo humano tem vida e morte. Na primeira, um verme que não merece citação ateou fogo num grupo de crianças em festa pela data delas, que se celebra no dia 12. Os pequenos estavam felizes num ambiente que leva o melhor título possível para defini-los: Creche Gente Inocente.

Quem mata não é o meio empregado na violência contra o semelhante. O fuzil utilizado pelo rato atirador em Las Vegas, nos Estados Unidos, e a gasolina derramada sobre os pequenos mineiros poderiam ser substituídos por um ataque químico, um caminhão lançado sobre as pessoas, o esfaqueamento na creche…

A violência pode ou não estar no perfil do indivíduo. É humanamente impossível evitar que ele a faça aflorar contra o semelhante no coletivo ou numa banal discussão do casal na alcova. Infelizmente continuaremos presenciando a reedição de Hitler e do rei Herodes, e assim permanecerá até que a humanidade alcance a serenidade espiritual pregada por Cristo, Buda e Alá.

A dor sempre será companhia dos que perdem os seus em atos animalescos iguais aos massacres em Las Vegas e Janaúba. Lamentavelmente em outros cenários e lugares eles serão repetidos incontáveis vezes. A imprevisibilidade humana, no entanto, não impede que o governo em sua amplitude federativa atue com firmeza e sentido humano em defesa do cidadão, independentemente de sua idade. Digo isso com o coração voltado para Mato Grosso, onde recentemente em Nova Monte Verde uma menina não conseguiu medicamento na rede pública e o juiz Fernando Kendi Ishikawa decretou a prisão do secretário estadual de Saúde Luiz Soares.

O episódio Luiz Soares nos revelou a face fria do governo, da Justiça e da cobertura jornalística. Cada elo envolvido tratou de apresentar sua versão supostamente fundamentada na lei. No entanto, no caso, não se aplicou a verdadeira lei, a do amor. Naquela situação o que menos importava era a suposta inocência desse ou daquele. A criança ficou no plano abstrato, ao largo, enquanto se ouviam as vozes dos debates. Em maior e menor escala Janaúba está entre nós em Mato Grosso.

Eduardo Gomes de Andrade é jornalista em Mato Grosso
[email protected]
 

 

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