quinta-feira, 25/abril/2024
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Boas notícias

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Os cientistas políticos e sociais já identificaram uma tendência ao pessimismo generalizado, influenciada pelo chamado viés das notícias negativas. De fato, se alguém é intoxicado por informações negativas nos jornais, rádios, tevês e redes sociais, é natural que passe a acreditar que "tudo vai mal" ou que "tudo está piorando".

 

Ademais, notícias negativas não faltam no Brasil, no mundo e em Mato Grosso. A editoria internacional relata guerras e atentados; a econômica, crise e desemprego; a política, escândalos e baixarias; e a policial sempre tem fartura de crimes para apresentar. Às vezes, obtemos algum alívio nas páginas esportivas e culturais, mas nem sempre.

Como todo calouro de jornalismo aprende na primeira semana de aulas, quando um cachorro morde alguém não é notícia, mas se o contrário ocorre, abrem-se manchetes. Assim, raramente vemos notícias sobre pessoas que foram bem atendidas em delegacias, vidas que foram salvas pelo Sistema Único de Saúde, alunos de escolas públicas que se tornaram profissionais bem-sucedidos ou voluntários que dedicam boa parte do seu tempo a atividades de solidariedade. No entanto, tais fatos ocorrem diariamente centenas ou milhares de vezes, mas o que lemos, ouvimos e assistimos são os episódios em que os serviços públicos falham, pessoas se agridem e famílias se dilaceram.

Não há dúvida que falhas, abusos ou escândalos devem ser denunciados. Todavia, devemos estar vacinados para que nossa percepção dos fatos não seja distorcida por episódios ou circunstâncias espetaculares que não representam a totalidade de uma realidade complexa.

Volta e meia converso com pessoas que expressam absoluta descrença e desesperança. Procuro, principalmente com os jovens, assinalar que há inúmeras demonstrações de que a humanidade está evoluindo positivamente, apesar do que dizem as manchetes ou do comportamento de certos motoristas no trânsito.

Hoje há menos guerras no mundo que a cinquenta ou cem anos atrás. A mortalidade infantil foi reduzida em toda parte. A escravidão foi praticamente erradicada. Os direitos das mulheres progrediram enormemente. Há muito mais consciência e atitude em relação à proteção do meio ambiente, da fauna e da flora, das águas e das matas.

No intervalo de poucas gerações, entre o tempo em que nasceram meus avôs e aquele em que nasceram meus filhos, o planeta transformou-se para muito melhor. Há menos analfabetismo e melhor educação. Enfermidades terríveis foram eliminadas e a expectativa de vida cresceu, bem como a perspectiva de envelhecimento saudável e de tratamentos humanizados. Atos de violência doméstica contra cônjuges e crianças, que eram corriqueiros e culturalmente aceitos, foram criminalizados e drasticamente reduzidos. Há menos preconceito e mais informação e cultura. Em dimensão planetária, a evolução é sensível, inquestionável e irreversível.

Por certo, ainda estamos longe do ideal. Outras tantas gerações serão necessárias para extirpar de vez velhos vícios que há milênios atormentam as comunidades humanas. Provavelmente, não será nessa encarnação que eu e os estimados leitores viveremos num mundo cem por cento pacífico, democrático, justo e solidário. Mas, certamente, esse mundo chegará e ainda mais rápido se o edificarmos com trabalho e otimismo, com realismo, determinação e esperança.

 

Luiz Henrique Lima – auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT. Graduado em Ciências Econômicas, Especialização em Finanças Corporativas, Mestrado e Doutorado em Planejamento Ambiental, Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia.

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