sexta-feira, 19/abril/2024
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A política da minha infância

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Ainda hoje  lembro-me dos grandes comícios que eram realizados nos bairros de Cuiabá, já no início do dia começava a armação do palanque de madeira, os moradores colocavam bandeirolas feitas de papeis coloridos, e que formava uma  cobertura sobre os oradores.  
              
A UDN era o Partido mais forte da Rua Coronel Escolástico (a minha rua), e eu ainda criança, ficava empolgado  com a movimentação dos eletricistas instalando  alto-falantes e microfones. 
            
O locutor oficial era Dr. Lobo, com a sua voz potente ecoando por todos os lados, e dizia assim: “A União Democrática Nacional convida a todos moradores para o grande comício desta noite, venha participar da grande festa da democracia” e eu,  na minha meninice (12 para 13 anos) já amava a política verdadeira, e durante a noite os oradores se sucediam dando aulas de democracia e  podíamos sentir que os partidos eram formados por pessoas de sentimento político e de ações verdadeiramente honestas,  eram políticos que tinham   dom de ser um politico de sentimento popular.
        
Aqueles políticos da minha infância eram pessoas  que não pensavam apenas em si,  e víamos neles a tentativa não  só de ser um lobista de seu negócio ou negócio dos grupos econômicos, porque tinham o pensamento coletivo, e não eram pessoas egoístas que vivem na política para construir  o seu próprio bem estar,  hoje pelo contrário, essas pessoas estão na política sem ter o  dom político, pois não tem na alma o sentido das conquistas coletivas, são aventureiros  gananciosos e em busca  desenfreada para acumular riquezas e vão atropelando sonhos das pessoas como se fossem um caminhão ladeira abaixo estourando cofres públicos.
        
Entre os Partidos dos anos 60 a 70, dentro do  panorama político tinha os dois maiores representante a UDN e  o PSD.  Aquele que era UDN morria UDN,  e vice e versa, e aquele que  virava a casaca era “zombado” e era tido como uma pessoa da pior qualidade, considerado traidor em pessoa, mas hoje os políticos trocam de partido com se estivem trocando de roupa.
            
Antigamente, o político tinha a consciência,  que a  sua obra não era só sua, era do povo, mas hoje os políticos estão mais preocupados em colocar placas em obras, sabendo que ficarão inacabadas, e que por conseguinte, trazem  grandes prejuízos sociais, pois obra não entregue é tão danosa tanto quanto as ações de corrupção que delapidam os cofres públicos.
         
Hoje os conceitos políticos não tem nada a ver com as verdades coletivas, por isso,  os grandes lideres políticos não existem mais, pois os segmentos econômicos  passaram a dominam a política, e o povo esta elegendo políticos sem obras sociais e sem propostas ou programas que possam a trazer o bem estar para o povo, e o exercício do mandato esta fazendo com que o país conheça os novos “endinheirados” da política.               

Wilson Carlos Fuáh – Especialista em  Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas em Mato Grosso
[email protected]         

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