sexta-feira, 19/abril/2024
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Mais de 70% dos domicílios não possuem rede de esgoto em Mato Grosso

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Mato Grosso tem 1,1 milhão de domicílios e 70,2% deles não possuem rede de esgoto ou fossas ligadas à rede. O percentual, relativo ao ano passado, piorou em relação ao ano anterior, quando 63,5% das residências não tinham ligação com a rede de esgoto. Em relação à média brasileira, que é de 34%, é praticamente o dobro. Na Capital, o índice de residências ligadas à rede de esgoto é de 66,6%. Ou seja, 33,4% domicílios têm o esgoto despejado em córregos ou outros lugares impróprios. O uso de fossa sanitária sem ligação à rede de esgoto aumentou de 62,3% em 2016 para 69,2% em 2017, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O percentual de domicílios em que a coleta de lixo ocorre diretamente pelo serviço de limpeza reduziu de 82,9% para 80,7% entre 2016 e 2017 em todo o Estado. Enquanto isso, no mesmo período, cresceu de 4,6% para 6,6% a quantidade de lixo recolhida em caçamba do serviço de limpeza. Em 10,3% dos domicílios o lixo é queimado na propriedade. Já em Cuiabá, a coleta ocorre diariamente em 95,3% dos domicílios.

Professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eliana Rondon afirma que a situação do esgotamento sanitário em Mato Grosso é caótica e os dados piores que os apontados na pesquisa.

Rondon coordenou o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), feito para 106 municípios de Mato Grosso, e aponta que apenas 27% do total de municípios no Estado apresentam algum tratamento e 82% não possuem sistema de coleta e tratamento, índice 12% acima do apontado pela Pnad Contínua. “Como a grande maioria não possui sistema coletivo de tratamento, a utilização de fossas e sumidouros constituem uma alternativa muito utilizada. Porém, muitas vezes o morador informa que possui fossa séptica mas, na verdade, o que ele tem é uma fossa seguida de um sumidouro. Portanto, as diferenças nos percentuais deve-se ao fato da informação, muitas vezes, não retratar a realidade, mas como o morador compreende e conhece da alternativa existente na sua casa”.

A informação incorreta também vale para o fornecimento de água, de acordo com Eliana Rondon. A pesquisa divulgada pelo IBGE aponta que 99,4% dos domicílios mato-grossenses possuem água canalizada, colocando o Estado acima da média nacional, que é de 97,2%. Quanto à regularidade no fornecimento, 81,8% dos domicílios recebem água diariamente.

Ainda de acordo com a pesquisa, 8,8% dos domicílios mato-grossenses têm água de uma a 3 vezes por semana. Outras 8,9% das residências recebem água de 4 a 6 vezes na semana. Em 80,8% dos domicílios a água é fornecida pela rede geral de abastecimento, mas 11,2% utilizam poços artesianos e 5,9% cacimbas ou poços rasos. Ainda há 1,8% que utilizam fontes ou nascentes de águas para o abastecimento. Em Cuiabá, a pesquisa aponta que o fornecimento diário de água atinge 69,2% dos domicílios.

Eliana Rondon destaca que de acordo com o levantamento efetuado pelo projeto dos Planos de Saneamento o nível de atendimento dos serviços de abastecimento de água é de 98% para a população urbana e o índice total, que inclui a urbana e a rural, cai para 78,4%. “O que ocorre é que a área rural é desassistida e isso reduz a cobertura total”, enfatizou.

Ela também afirma que apesar da cobertura na área urbana ser boa, ocorre o problema com a intermitência. “Um sistema de água tem que funcionar de forma contínua e a realidade no Estado é que mais de 90% dos municípios têm seus sistemas funcionando, entregando água de forma descontínua e isso pode resultar no comprometimento da qualidade da água”.

O percentual de domicílios com acesso à internet em Mato Grosso aumentou 10,6 pontos percentuais em um ano, conforme dados do IBGE. Em 2016, 655 mil domicílios (59,6%) possuíam internet, contra 781 mil (70,2%) no ano seguinte. Índice é equivalente à média nacional, de 70,5% das residências com internet. Na maioria dos casos (69,3%), o acesso à internet no Estado ocorre por meio do telefone celular. Outros 33,8% utilizam a internet por meio de computadores; 7,1% através do tablet e 5% na TV.

O crescimento no acesso à internet no Estado e no país indicam uma recuperação da economia, pois está relacionado ao poder de compra de equipamentos eletrônicos, como celulares e computadores, conforme avaliação do professor do Instituto de Computação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Nelcileno Virgílio de Souza Araújo. Para ele, a tendência é de continuidade na expansão do acesso à rede mundial de computadores. “Quanto mais a sociedade se desenvolve, mais cresce o acesso à internet”, pontuou.

O professor também pondera que são questões econômicas que influenciam para o crescimento no acesso à internet por meio do celular. O equipamento está se tornando o principal meio de conexão em função do baixo custo e da praticidade de acessar serviços online em qualquer lugar, “ao toque do dedo”. “O celular se popularizou pelo preço mais acessível que o de um computador ou tablet. Hoje, com cerca de R$ 400, é possível comprar um smartphone para acessar as redes sociais, mandar e-mail e trocar mensagens eletrônicas”, destacou.

Conforme a pesquisa do IBGE, a quantidade de domicílios com telefone celular já é muito maior do que a com telefone fixo. Em Mato Grosso, em 1,067 milhão de residências pelo menos um morador possui aparelho móvel (95,8%). Enquanto isso, a participação do telefone fixo caiu de 220 mil para 217 mil domicílios entre 2016 e 2017.

Mato Grosso possui uma população estimada em 3,297 milhões de pessoas, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE, referente a 2017. Os números mostram uma expansão populacional de 1,19% em relação ao ano anterior. A população declarada branca era de 1,049 milhão de pessoas em 2017, uma redução de 1,2% na comparação com 2016 (1,061 milhão).

A população parda também diminuiu 1,7% e somou 1,901 milhão de pessoas. Em contrapartida, a população preta cresceu 25,6% no período, passando para 309 mil pessoas. A população idosa, com mais de 60 anos, reduziu na comparação entre os 2 anos. Passou de 382 mil pessoas em 2016 para 379 mil em 2017 – quantidade representa 11,4% do total. Maioria da população em Mato Grosso (564 mil pessoas) possui entre 30 e 39 anos. O segundo maior grupo etário é composto por pessoas entre 40 e 49 anos (475 mil).

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