sexta-feira, 19/abril/2024
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Doia diz em delação que empresa pagou R$ 1,5 milhão para Savi e Silval garantirem contrato no Detran

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A efetivação do contrato entre o Departamento de Trânsito (Detran) e uma empresa garantiu o pagamento de R$ 1,5 milhão distribuídos igualmente nas campanhas eleitorais do deputado estadual Mauro Savi (PSB) e do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) em 2010. A empresa faz parte de uma suposta organização criminosa, que atuava junto ao Detran, para desvios de recursos. A informação faz parte da denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), utilizada como base para deflagrar a Operação Bereré, executada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Delegacia Fazendária (Defaz), hoje.

Foram cumpridos mandados de buscas em gabinetes dos deputados Mauro Savi e Eduardo Botelho, o ex-deputado federal Pedro Henry, além de servidores, particulares e de uma empresa que prestou serviços para o Detran.

De acordo com a denúncia do MP, o ex-presidente Teodoro Moreira Lopes, o Doia, narrou em sua delação premiada que foi nomeado para ser titular do Detran por intermédio de Savi. Ele disse que, em 2009, foi convocado por Savi para uma reunião em seu gabinete com Marcelo da Costa e Silva e Roque Anildo Reinheimer, que ofereceram a execução da atividade de registro junto ao Detran dos contratos de financiamento de veículos, com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou penhor.

O serviço seria executado por Merison Marcos Amaro, representante de uma empresa de serviços de registro, cadastro, informatização e certificação de documentos. Na semana seguinte, após a reunião, Doia se encontrou com Merison no escritório de Marcelo da Costa e Silva que, segundo a denúncia, comprometeu-se a repassar o valor recebido pela empresa de mercados em razão do futuro contrato a ser formulado com o Detran. O valor seria equivalente a um mês de pagamento às campanhas eleitorais de Savi e do ex-governador Silval Barbosa (sem partido). Após efetivação do contrato, a empresa repassou R$ 750 mil a cada um dos políticos.

Ainda segundo Doia, para garantir a “legalidade” do contrato ele obteve o edital de licitação vencida pela empresa de mercados no Piauí e determinou que a comissão de licitação do Detran confeccionasse o edital de licitação nos mesmos moldes. Além disso, foi incluído uma clausula atinente a exigência de que o vencedor teria que realizar vistorias prévias em todas as Ciretrans de Mato Grosso, a pedido de Marcelo da Costa.

Após a formalização do contrato, Doia, Savi, Marcelo e o deputado Eduardo Botelho, o ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Cesár Correa, Claudemir Pereira dos Santos e Eduardo da Costa e Silva, além de Rafael Yamada Torres, organizaram-se para garantir a continuidade do contrato.

Em troca, eles teriam recebido propina de 30% do valor recebido pela empresa repassados por intermédio de empresas “que foram criadas em nome dos integrantes da rede de proteção do contrato”.

Savi, Botelho e os demais investigados ainda não se pronunciaram sobre as acusações na delação premiada.
 

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