Apontado como beneficiário de uma doação de R$ 30 mil da JBS, o deputado federal Victório Galli (PSC) negou ter conhecimento da origem dos recursos. Em entrevista coletiva, o parlamentar, um dos oito representantes do Estado na Câmara dos Deputados, alegou que os recursos foram repassados pela direção do PTB, um dos partidos que faziam parte da coligação que o elegeu para um mandato de quatro anos.
As explicações de Galli ocorrem depois que foram divulgados depoimentos de executivos da JBS, que firmaram acordo de colaboração, e revelaram que a grande maioria dos recursos doados aos políticos nas eleições de 2014 tinha como objetivo a compra de apoio. “Eles colocam a gente em uma vala única. Isso seria propina se eles sentassem individualmente para conversar com cada um. No meu caso, não tive contato com ninguém deles. Nunca os procurei, nunca fui procurado por eles e tampouco eles me pediram para votar algo”.
O deputado ressalta que a doação foi feita para a Direção Nacional do PTB e, posteriormente, distribuído a candidatos em diversos Estados. “Era uma doação legal, legítima, declarada no TRE sem problema nenhum. Não recebi da JBS, recebi do PTB. Fiz parte de uma coligação, que elegeu o [governador] Pedro Taques e, nessa coligação, tinha vários partidos. A doação que eu recebi é do PTB. Se eu soubesse de tudo isso, de fato, poderia fazer uma avaliação, mas como ainda era legítimo as empresas doarem, então correu normalmente e foram prestadas as contas”.
Galli afirmou que os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e também partes do acordo de delação, devem ser investigados, sobretudo no que se refere a movimentações financeiras ocorridas dias antes da revelação do conteúdo dos depoimentos. “Foi uma bandidagem o que eles fizeram com o Brasil”, pontuou o parlamentar que destacou ter assinado todos os pedidos existentes para instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que possuem como objeto a investigação da conduta da JBS.