O elenco do Santos pensava em garantir a tão esperada tranqüilidade ao técnico Oswaldo de Oliveira, mas o time não correspondeu em campo, teve uma fraca atuação e fez apenas o suficiente para vencer o União Barbarense por 2 a 0, na tarde deste domingo, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista.
Apesar do triunfo, o técnico deixou o campo vaiado pela torcida, sob os gritos de “Ô, ô, ô, queremos treinador”, e ainda assistiu ao meia Tcheco ser hostilizado por mais uma fraca atuação.
Se o time queria abafar o caldeirão, a performance deste domingo serviu somente para aumentar a pressão sobre Oswaldo de Oliveira, que pode aumentar nesta quinta-feira, em caso de revés diante da LDU, na altitude de Quito, pela terceira rodada da Copa Libertadores da América, maior objetivo do time neste semestre.
Com o resultado, o Peixe manteve a perseguição ao líder São Paulo, permanecendo com os cinco pontos de diferença. O time assumiu o segundo lugar da tabela, com 27 pontos, já que o Mogi Mirim foi derrotado pelo América, fora de casa.
Se não mudou muita coisa para o alvinegro da Baixada, o resultado de domingo aumentou o desespero do União Barbarense, que segue em 17º lugar, com dez pontos. Os dois gols da partida foram marcados por Deivid.
O primeiro foi logo aos dois minutos de jogo, quando aproveitou jogada de Bóvio. Ainda na primeira metade do primeiro tempo, o Santos perdeu, pelo menos, três boas chances de ampliar. Depois disso, a equipe simplesmente sumiu de campo.
Na etapa final, o União Barbarense dominou as ações e ameaçou o gol do Santos por quatro vezes. Na melhor delas, Nenê recebeu na entrada da área e chutou raspando a trave de Mauro, aos 34. Quando tudo parecia levar ao placar mínimo, Deivid selou a vitória, aos 40 minutos, após jogada de Robinho.
Em busca da liderança, o Santos volta a jogar em casa no próximo domingo, quando enfrenta o América. O desesperado União Barbarense visita o Paulista, no mesmo dia. Antes disso, o alvinegro da Baixada encara a LDU, em Quito, nesta quinta-feira, pela terceira rodada da Copa Libertadores.
O jogo
Sem vencer há oito jogos e ameaçado seriamente de rebaixamento, o União Barbarense entrou em campo bastante retrancado, com três zagueiros, três volantes e um lateral-marcador. Mas o Santos só precisou de uma jogada e dois minutos para acabar com toda estratégia do técnico Leandro Campos.
O zagueiro Leonardo se antecipou no meio-campo, desarmou o rival do Barbarense e tocou para Bóvio. O volante deu apenas um toque e deixou Deivid na cara do gol. O camisa nove só teve o trabalho de esperar a saída de Neneca para comemorar junto à torcida.
Com o gol, o União Barbarense se desestabilizou e o atual campeão brasileiro perdeu duas grandes chances. Aos três, Ricardinho tabelou com Robinho, recebeu de frente para o gol, mas foi travado. Dois minutos depois, foi a vez de Léo puxar contra-ataque, tocar para Deivid, que deixou Robinho na entrada da área e a finalização foi para fora.
O vencedor da Série C do Brasileiro só melhorou aos dez minutos, quando Adriano entrou livre na esquerda, mas Mauro fez grande defesa com o pé. Porém o Santos logo voltou ao domínio e apresentou seguidas falhas na finalização com Robinho, Ricardinho e Basílio, em apenas sete minutos.
Com o calor de 33ºC, o alvinegro praiano diminuiu o ritmo e não mostrava a mesma voracidade na marcação. Desta forma, o time deu espaço ao rival, que perdeu oportunidade de empatar aos 33. Em contra-ataque, Brener, que entrou no lugar de Zaltron com sete minutos de jogo, lançou Adriano, mas o meia deu uma finalização ridícula para fora.
No final, o Santos ainda perdeu excelente chance de ir com uma vantagem maior aos vestiários. Aos 41, Tcheco cobrou escanteio da esquerda, a bola bateu na zaga e sobrou livre para Deivid que, na pequena área, conseguiu isolar e receber a vaia da torcida.
Sustos e vaias – O sol deu uma trégua no segundo tempo, mas o time da casa continuou em ritmo de treino, tocando a bola e mostrando pouco ânimo. A equipe até que ameaçou no primeiro minuto, com chute de Tcheco da fora da área, mas parou nisso.
A atuação apática do Peixe animou o visitante, que passou a ameaçar. Aos dez, Alexandre Dorta cobrou falta e Carlinhos cabeceou nas mãos de Mauro. Quatro minutos depois, foi a vez de Dú Lopes mandar para fora, em outra falta. Aos 16, Brener entrou com liberdade e Mauro salvou o campeão brasileiro.
A partir daí, a torcida do Santos perdeu a paciência com Oswaldo e passou a hostilizar o treinador. “Ô, ô, ô, queremos treinador” e “Oswaldo, vai se f.., o meu Santos não precisa de você” foram os gritos prediletos da torcida, que depois escolheu Tcheco, que teve uma apagada atuação, como alvo de ofensas.
Desanimado, o meia foi substituído por Fábio Baiano, aos 18 minutos, mas a alteração não acalmou a torcida, que viu Alexandre Dorta arriscar de fora da área, aos 20, e Mauro pegar em dois tempos. O Santos só voltou a incendiar a torcida aos 30 minutos, quando Robinho fintou quatro, mas acabou travado na finalização.
Quatro minutos depois, os visitantes ameaçaram em chute de Nenê, que passou raspando. O Santos mostrou que a jogada não passou de um susto, retomou o domínio e, finalmente, selou a vitória, aos 40 minutos. Robinho veio livre pela esquerda e cruzou. Deivid, na linha do gol, deu um carrinho, mas nem comemorou.
Aos 42, Fernando Diniz ainda teve uma grande oportunidade de marcar o seu primeiro com a camisa do Peixe. Ele foi lançado na área, entrou com liberdade, mas chutou em cima do goleiro Neneca. Foi a última chance do Peixe, que venceu, mas não convenceu o torcedor.