terça-feira, 16/abril/2024
PUBLICIDADE

Os Trapalhões

PUBLICIDADE

Quando a gente pensa que Waldir Maranhão é um trapalhão, é porque a gente não  deu uma olhadinha em torno. A Presidente Dilma, por exemplo, no momento que soube que ele anulara a votação do impeachment na Câmara, exultou, perante o comício-circo armado no salão nobre do Palácio do Planalto: “É uma conjuntura de manhas e artimanhas”. Rotulava, sem-querer, a tentativa de golpe que seu ministro José Eduardo Cardoso havia combinado, na véspera, com Waldir Maranhão. A artimanha foi anunciada por volta do meio-dia e a manha por volta da meia-noite do mesmo dia. Maranhão limitou-se a assinar a resolução preparada pelo Advogado-Geral da União, que tem defendido quem infringiu leis da União. À tarde, Maranhão explicou que era para “salvar a democracia”. À noite, desistiu de salvar a democracia. Foi um fiasco. Nem o presidente do Senado, Renan Calheiros, acreditou, e continuou o processo que, aliás, já não estava na Câmara e ficara fora das mãos deploráveis de Maranhão, que responde a processo em seu estado por dinheiro ilícito na campanha e a investigação pela Procuradoria Geral da República por receber propina com dinheiro da Petrobras. Nessa comédia, se consagraram três trapalhões: Dilma, Cardoso e Maranhão – que tinha o filho pendurado em emprego fictício no Tribunal de Contas… do Maranhão.

A presidente, que recém havia se comparado com sujeira que se queira esconder debaixo do tapete, repete que nunca cometeu crime. Com isso, ela confirma a Lei de Anistia, que manda esquecer assaltos a bancos e bombas com assassinatos. No entanto, certa vez, quando era ministra, interpelou rudemente o então Advogado-Geral da União, Dias Toffoli, sobre um parecer dele confirmando a Lei de Anistia. Toffoli reafirmou que a Lei é intocável, porque está perfeita. Ela, então, o empurrou, xingando-o de protetor de torturadores. Dias Toffoli entrou no gabinete do presidente Lula, disposto a renunciar ao cargo por causa do incidente. Lula, em troca, pediu que ele trouxesse o parecer e imediatamente o assinou, endossando a opinião de Toffoli. Por isso, quando ela diz que não cometeu nenhum crime, está convalidando a Anistia, embora só a queira em benefício próprio.

A presidente também alega que quem quer sentar na cadeira dela não teve nenhum voto. Estranho. Na primeira eleição, o PT com Lula teve 16% dos votos; na segunda, 22%; na terceira, 18%. Perdeu as três. Aí, o PT aliou-se à direita, com o maior empresário de Minas Gerais, José Alencar, e Lula virou presidente. Da mesma forma, Dilma precisou do PMDB de Temer para se eleger. Por outro lado, sendo uma desconhecida, que nunca fora votada sequer para síndica de prédio, Dilma ganhou porque teve um único grande voto, o de Lula. Mais os votos do PMDB de Temer. E fez tanta trapalhada, que seu governo está sendo considerado o pior da História do Brasil, desde Tomé de Souza, o primeiro governador-geral(1549).

A presidente que sai, depois de escolher para ser fotografada pedalando diante de um lava-jato em Brasília, no Dia das Mães foi ser fotografada em Porto Alegre pedalando diante de um painel cheio de abacaxis. Talvez por isso os haitianos, que fugiram do terremoto e vieram para o Brasil, agora estejam enchendo os ônibus, indo embora para o Chile. Devem pensar que não conseguem conviver com novo terremoto, agora de trapalhadas, algumas cômicas, outras tristes e trágicas, como gente morrendo em uma saúde pública que não funciona, outros morrendo em assaltos nas ruas, outros vendo o futuro morrer no ensino cada vez mais bolivariano. Aliás, já está na hora de os trapalhões que desmontaram o Brasil irem desfrutar dos encantos do governo Maduro/Chavez, na Venezuela. 

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

O Estrangeiro

Já que Rodrigo Pacheco não se anima, Elon Musk...

Democracia e alienação

O Datafolha perguntou a pouco mais de 2 mil...

Fim de campanha

  Durou seis anos. Foi um longo tempo. Mais...

Sem freios e contrapesos

Quando se fala sobre o funcionamento da democracia, começa-se...
PUBLICIDADE