sexta-feira, 19/abril/2024
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Nossa selvageria

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Sem o guarda da esquina, saqueamos lojas ou nos matamos à saída do futebol. Isso ficou demonstrado nos últimos dias, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. O colapso na Segurança Pública é resultado de má administração pública, relegando a segurança, isto é a vida e o patrimônio, a um nível inferior. Por outro lado, nós, jornalistas, temos o cacoete de falar mal da polícia e de criar a idéia de que o policial, que dá a vida por nós, não está do nosso lado. Assim agem artistas e intelectuais. Defendemos os direitos humanos dos bandidos e esquecemos as vítimas e os policiais. Morre no mínimo um policial por dia no Brasil. Essa situação é mais evidente no Rio de Janeiro. O serviço público remunera mais a burocracia e menos as atividades que realmente prestam serviço ao público: professores, médicos e policiais.

Das origens da crise moral ou ética, já falamos. É a falta de formação nos lares, que se tornaram meras casas, onde as novas gerações não recebem  educação de pais e mães que saem porque têm que trabalhar. Quando há babá, creche e professor, a formação fica por conta de quem não é pai e mãe. Os governos dos últimos 20 anos aplicaram a ideologia de que educação é por conta do Estado, quando deveria ser dos pais. O Estado trata do ensino, não da educação. Resultado: a guerra interna na Síria matou 260 mil pessoas até agora. No Brasil, 280 mil no mesmo período. Os governos e seus intelectuais militantes desarmaram pais, mães e o cidadão. Hitler fez isso há 80 anos.

E o Exército está virando pau-pra-toda-obra, embora seja destinado à defesa nacional, da lei e da ordem. Inundações, secas, vacinações, até combate ao mosquito são motivos para convocar o Exército. No Espírito Santo se justifica, porque houve uma desordem generalizada, com a ausência de policiais na rua. Mas agora o governo do Rio pede também para o Carnaval, como pediu para a Olimpíada. Quer dizer, vai dar folga para a sua PM no Carnaval? O Exército está treinado para a defesa, para a guerra. Tem tido muitas missões no exterior, Oriente Médio, África, Caribe e agora parece que temos guerra interna. Aquela geração que combateu numa guerra interna, quando quiseram implantar um regime comunista – segundo confirma um dos combatentes, o ex-deputado Fernando Gabeira – , aquela geração já não existe e a experiência hoje não é de polícia, mas de força armada para proteger o país. 

Os governos esqueceram da polícia e estamos todos reféns. Salários cada vez mais altos para a burocracia política, palácios caríssimos para abrigar funcionários e na outra ponta escolas e hospitais sucateados; polícia mal-armada, mal-embarcada e mal-tratada. Campo fértil para os mal-formados de todos os níveis sociais e econômicos. “Artistas e intelectuais foram cúmplices da alienação coletiva ou foram incapazes de detectar e combater o mal quando se estava gestando” – o diagnóstico é do prêmio Nobel, Vargas Llosa, não sobre o Brasil da insegurança, mas sobre a Alemanha do nazismo. 

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