quinta-feira, 18/abril/2024
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Mamar no Estado

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Acabamos de assistir a um espetáculo tosco, promovido por meia dúzia de senadoras que se abancaram na mesa diretora do plenário, para impedir a votação das melhorias na CLT e impor justiça no Imposto Sindical. Mostraram que, perdendo no voto, partem para a força – e isso é o oposto de democracia. Quando mentem que a atualização da CLT vai tirar direitos dos trabalhadores, na verdade defendem o imposto sindical, que confisca um dia de trabalho de todos os assalariados, mesmo os não sindicalizados, para sustentar o peleguismo. A atividade dos sindicatos, com dinheiro do trabalhador, nunca foi fiscalizada e a CLT da ditadura Vargas, por sua vez, alimenta uma gigantesca indústria de litígios, que gravita em torno da justiça trabalhista.
    
O estado não produz riqueza; apenas a distribui. Mas aqui, fica com boa parte dos quase 40% que tira de todos, para se sustentar e manter suas gorduras em músculos flácidos. Com algumas benesses que enganam a população não esclarecida, graças ao ensino deficiente, a maior parte do povo adora o demagogo que vicia quem recebe, como bem lembrou Luiz Gonzaga em Vozes da Seca. Do estado, servem-se os empresários bem relacionados com o poder, como Joesley, com empréstimos subvencionados, incentivos ineficazes para a economia. Outros, têm aposentadorias privilegiadas, férias em dobro convertidas em dinheiro, mordomias, contracheques que ultrapassam o teto constitucional, fora a corrupção sistêmica, das propinas supostamente privadas, que são geradas por contratos superfaturados com o estado.
    
O estado funciona mal, está inchado, quer se camuflar do prejuízo que dá, tentando mascarar o déficit da Previdência. A Constituição de 1988 também é responsável. Diz, por exemplo, que a saúde é direito de todos e dever do estado. Então, se não há recursos para determinado remédio, o juiz manda comprar e o governo tem que cumprir ou o administrador pode ir preso. Greve no serviço público é outro absurdo. Absurdo porque é greve contra o próprio público, que é o patrão, a quem o servidor deve servir. O governo tem medo das corporações fortíssimas de funcionários públicos e não regulamenta a greve, estabelecendo seus limites. Aí, vira bagunça. Imagine gerações futuras sem aula, pacientes sem atendimento, trabalhadores sem transporte, cidadãos sem segurança.
    
Outro erro dos constituintes foi dar autonomia orçamentária a quem não arrecada, como o Judiciário e o Legislativo. Aí estão os palácios suntuosos, faraônicos, para demonstrar a afoiteza. Parecem estados soberanos, com folhas de pagamento, férias e aposentadorias privilegiadas. Um dia, esse estado em que tantos mamam, vai estar completamente desidratado e quem trabalha para produz riqueza vai cansar de transferi-la para esse estado gastador, mau administrador e distribuidor de injustiça social.

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